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"Verdade intrínseca, relacionada ao inteligível, intelecto plausível de meu ser... À essência."

junho 05, 2016

Depressão nossa de cada dia.

Eu, assim como muitos, estou lidando com uma fase muito complicada da minha vida. Em verdade, trata-se de um comodismo incômodo sobre a rotina em que me encontro... E a incapacidade de mudar algumas situações.

Hoje, comparado com o Eu de um ano atrás, estou bem diferente. Essas mudanças são perceptíveis para todos, se olharmos bem o que aprendemos em um ano. Mas eu cansei...

Cansei dessa ilusão vendida em forma de vida dos sonhos... Cansei de ver que por mais que atinjamos um determinado patamar, isso não será o suficiente. Não é pra ser. Em uma sociedade mais do que estruturada, o caos e as válvulas de escape estão deambulando nas ruas, protestando, pedindo por um mínimo de igualdade.

Igualdade que não existe, nem mesmo dentro de mim, que tento mascarar os preconceitos enraizados em mim, as verdades que reluto, mas acabam me atormentando antes de dormir. E o fato que eu ainda tenho que me acostumar: o descontrole generalizado que sempre pairou sobre nós e a falsa ilusão de que podemos pensar em controlar algo, que não seja a nós mesmos (mesmo sabendo que até nos controlar é algo bem difícil).

Estamos em um turbilhão de ideias e inseridos nas teias do fluxo de pensamento generalizado. Isso nos dá força, nos move e nos mostra contra quem devemos nos rebelar, mas por quanto tempo teremos que nos rebelar? Ultimamente, a esperança havia morrido em mim... Eu andava totalmente desacreditado, sem forças para continuar nessa loucura de possibilidades... Na tentativa de achar uma saída. Por que tantos sofrem por tão poucos? E por que esses tantos não se dão conta da força que tem? É desesperador.

E quando comecei a chegar perto de um poço bem fundo, o meu poço, foi que me dei conta de como nadamos em um mar fétido e tentamos ao máximo nos manter na superfície, de boca fechada. Estamos em crise e ela nos habita por tempo demais, mas o que fazer, a partir do momento em que se tem consciência disso? Seguir os planos cotidianos de uma vida idealizada? Sentir o chamado e o rompimento dos grilhões sociais e nos impulsionar a um ato de transcendência? Não sei a resposta.

A resposta que procuro e o meio em que me encontro: a depressão. E ela vem nos atando as mãos. Estamos, portanto, em uma deriva constante, sem saber o que fazer ou como nos preocupar com o que vem além do nevoeiro de sussurros. Estamos a mercê de nossos próprios algozes e a saída não é fácil ou tão pouco proveitosa. É um lutar constante pelas gerações do amanhã. Por nossos filhos e netos. Por um mundo que não sabemos mais.

Agora, eu, que sempre considerei a visão espírita como algo próximo de minhas crenças, percebo que tudo isso pode ir além. Além do que eu quero e do que eu sou. Atemporal.

Todas essas palavras são a forma de expressar o que nem mesmo eu consigo entender e tentar verbalizar o quão perdido estou. E mais que isso, o quão indisposto eu estou com as minhas obrigações.

Me sinto perto da caverna de minha própria solidão... O grande problema está no medo de entrar e descobrir o que existe por lá, mesmo sabendo que não estou sozinho.

Continua...