(...)

"Verdade intrínseca, relacionada ao inteligível, intelecto plausível de meu ser... À essência."

outubro 20, 2015

Colo de...

Era o afeto.

Sim, eu precisava disso mais do que tudo. Eu preciso disso agora.
Você sabe o quanto eu adoro lavar a louça e o quanto isso me faz pensar e organizar as minhas ideias... Pois bem, organizei algumas e foram sobre nós dois.

Nós demos certo até onde tínhamos que dar e depois disso, não foi algo benéfico. Foi um amor de luta, um amor com muitos quês. Foi amor, foi, mas não deveria ser do jeito que aconteceu. Aconteceu e você viu o pior de mim, o melhor que eu posso ser nesse lado... E o quanto eu fui egoísta e não cultivei e cativei a ti, novamente.

Hoje, aqui, eu apenas quero dizer que entendo o porquê de estarmos afastados e entendo muito bem a sua razão. Só nós dois sabemos o que realmente aconteceu e que isso fique entre nós. Mas, então, por que falar sobre algo assim? Porque existia um colo amigo e um carinho quase que de mãe.

As circunstâncias dos meus dias, principalmente nessa semana, me remetem a querer e pedir colo, mas não tenho a quem proceder. Anseio, antes de mais nada, suprir essa necessidade de um ombro amigo em minha solidão... Mas não consigo, pois sou viciado nas pessoas, até para a minha solidão. Estou só?

Todos estamos, desde o nosso nascimento até a nossa morte. Mas construímos laços de apoio à vida... Que nos erguem e nos impulsionam, mas o veredito do que fazer e de como seguir será sempre nosso. Vou tentar ou não?

Eu percebi, acima de tudo, que éramos amigos. Você, uma pessoa de um jeito encantador, mas com os pés no chão e eu um lunático sonhador... Procrastinador de minhas próprias vontades. Podíamos sim, ter uma amizade, mas será que ainda podemos?

Não me magoa mais o fato de seguirmos a vida, pois o fizemos e foi necessário. Não tenho mágoas ou arrependimentos, pois tu sabes que eu não me arrependo dos momentos, visto que tudo é aprendizado. Mas, hoje, venho aqui relatar que eu entendia você e segui para uma outra direção... Você será sempre uma pessoa encantadora e eu sempre manterei um carinho absurdo e um respeito maior ainda... Mas eu entendo você.

Não demos certo, mas o mundo nos permite encontrar pessoas que possam, de fato, fazer com que isso aconteça... Que estejam dispostas, em sua totalidade, a ficar conosco e a viver com o melhor e o pior que habita em nós.

Sempre serão maravilhosas as lembranças, manterei as boas e aprenderei com as ruins.

De qualquer forma... Amei. Amamos.

setembro 25, 2015

Saudade.

Sim, saudade.

De quando você cuidava de mim... Trazendo-me uma paz inexplicável.
Dos momentos em que olhei por ti, mesmo machucada, mas querendo a sua recuperação... E a reciprocidade disso tudo.

É uma tarefa bastante difícil e penosa, colocar todos esses pensamentos em palavras... Mas eu preciso. Preciso me desvincilhar e seguir adiante. Não posso mais procurar por você, por mais que o meu maior desejo seja esse.

Tento, portanto, um reencontro para um determinado momento... Breve. E não sei como vou me sentir, como vamos nos sentir. Mas quero você, na minha vida, mesmo que nos braços de outro. Posso tentar aceitar isso. Só não consigo, ainda, aceitar que te perdi.

Mas como perder algo que nunca possuí? Não, você jamais será um objeto que alguém pode colocar um peso de posse. Você é livre. E agora, eu também sou.
Somos livres para fazer o que bem quisermos de nossas vidas, sem ter que nos dar satisfação... Talvez eu fosse querer isso? Não, seria doloroso demais. Mas pondero, todas as noites, onde você está e com quem pode estar. Torturo-me.

Mas preciso cessar esses momentos de agonia... Preciso parar de querer você aqui, cuidando de mim, nos dias em que estou doente. Não posso mais contar com isso e tenho que contar comigo e apenas comigo.

Eu te amei, nós nos amamos, você me amou.
Demos certo no que tínhamos que dar, mas rompemos.
Eu não quero mais te ver sofrer, por mim.
Quero a sua paz, a nossa paz, por fim.

Devaneios de um momento solitário
Longínquo e extremamente solidário...
É o que venho tentar me expressar:
"De tudo o que vivemos, guardo em meu peito, velado.
E deixo, pra ti, o meu obrigado".

setembro 23, 2015

Olhares...

Vejo a janela do seu quarto aberta... E um pouco mais aberta do que você costumava deixar quando saía...
Começo a ponderar sobre possibilidades... Sobre você estar ali, estar no escuro... Estar só? Eu acho um tanto quanto duvidoso e eu me sinto mal.
Já aceitei, sim, a ideia de perda e a ideia de que não demos certo... E tento respeitar nossas escolhas e levar os bons acontecimentos. Aprendi muito contigo, mas não aprendi comigo o digerir. E o que isso me traz? Além da dor instigante da curiosidade e da dúvida? Será que você, de fato, seguiu em frente com tudo e sem olhar para trás?
Não fui o melhor dos companheiros, fui egoísta e priorizei minhas necessidades ante as suas... Ante ao relacionamento, mas me esforcei no que pude por ti.
Eu deixo a dor tomar conta de mim, enquanto tento, de alguma forma, analisar tudo o que se sucedeu de nós.
Quando soube que você seguiu, bem, eu fiquei feliz... Mas fiquei com raiva. Queria socar uma parede e não aceitar que tinha perdido. Queria chorar, mas nenhuma lágrima caiu. Fiquei na mesmice, permaneci no uso de ilícitos para fugir da "tão dura realidade", a realidade sem você.

Mas não quero relatar isso.. Não quero mostrar isso para ninguém.. Só quero escrever.. Desabafar, de uma vez por todas.

Eu desaprendi a ficar sozinho... E não culpo ninguém por isso, mas aprendi a ficar com você e a criar uma dependência. Posso tentar dizer que não sei o que vai ser de mim, de cada um de nós, mas eu sei que vamos seguir em frente... E que por hora, não quero te ver... Quero distância.
Você fez tudo que pode e eu não consegui aproveitar as oportunidades... Talvez não estivesse pronto ou simplesmente não era pra ser. Sei que é tudo muito mais complexo do que estar disposto a uma relação e que envolve conceitos e soluções, as vezes, acima de certas capacidades inteligíveis....

Mas também não quero relatar isso.. Não quero me sentir culpado e não quero ir além..

Eu não consigo. Não consigo não pensar e não consigo não querer saber de ti. Por mais que eu evite e por mais que eu te bloqueie em tudo quanto é canto... Você, por outro lado, silenciou-se. Obrigado por isso e me desculpe... Não sei o verdadeiro motivo e, quiçá, um dia hei de saber, mas obrigado por cuidar de mim, ainda depois de tudo.
Cuidar no sentido de discrição, mas isso não deveria ser assim... E por favor, que não seja por mim... Na verdade, não é. É um egocentrismo absurdo pensar dessa forma.

Mas não. Não vou dizer o que não quero mais...

Eu tive medo de te ver com outro e tive medo de ficar só. E sobre como estar contigo e querer algo a mais, como quase morar juntos, colocou uma possessividade absurda em mim. Ao ponto de que fico enciumado e que me sinto mal por estar assim.

Ainda não consigo chorar, por mais que eu queira. Não quero usar ilícitos para fugir. Quero enfrentar isso, quero acordar e ser o cara por quem você se apaixonou, só que sem pendências pessoais. Sem querer resolver os problemas do passado em uma relação. Ninguém precisa ou deve sentir esse peso. Só quem precisa resolver... E sozinho.

Eu sei que vou mudar e sei que ainda vai doer, algumas vezes. Mas vamos seguir em frente. Estamos seguindo.

Eu não sei mais o que quero dizer... Eu falei muito, para algo que já foi, já passou e que não existe mais.
Existe uma possível amizade, mas depende mais da minha melhora e do meu estado. Depende de muitos outros fatores... E depende de algo, principalmente: esquecer a dor de você.

Sabe, tudo ruiu e eu me senti só. Deixei meus amigos de lado, por que quis, mas deixei-os. E ainda me sinto só. Não quero ficar depressivo para afastar mais as pessoas... Não quero mais isso pra minha vida.

Mas sempre passo pelo mesmo trajeto, todos os dias. Pela rua da sua casa e onde você trabalha. É complicado. É difícil. Mas é a vida e ela segue e ela vai em frente. Nós vamos em frente.

Eu, um dia, chego lá.
Mas enquanto isso, vou olhando os meus passos, tentando decifrar os seus e aceitar que gosto de me torturar..