Vem com o silêncio da noite e a quietude dos meus pensamentos. A vontade de escrever que devo alimentar. Assim sendo, para o único leitor deste blog, eu mesmo, contarei uma história.
La Belle de Jour
Alçeu Valença retrata uma parte do que sinto, mas não por outrem, é a essência em sua singela forma. Redundante talvez?
Era uma tarde de Domingo, um momento pós chuva, o dia apresentava-se verde, com nuvens e o Sol a querer ressurgir. Detalhe que Ele sempre esteve por lá, mas por questões poéticas, não cabe a mim ressaltar tudo que acontece e sim descrever o que sinto.
Então, o sentimento era a nostalgia. A mera noção de sentir falta de algo que não se viveu, ainda. Como proceder? Quais as possíveis válvulas para contornar a situação e a emoção de um coração pulsante e buscando a aventura de sua vida.
Talvez, com 19 ciclos completos em torno do Sol, fosse ingenuidade acreditar que a magia existe e algo inusitado aconteceria.
Eis que um compilado de momentos surge em sua mente, tal como agora, onde vos escrevo. Donde me escrevo. Mas a diferença era justamente a casa... O quarto, inteiramente meu, com todos os detalhes e o cheiro de um Domingo bem dormido. A sala, com a televisão ligada e um senhor assistindo padrão televisivo do dia.
A cozinha arrumada, o café pronto na garrafa, os aparelhos eletrônicos ligados e a cama sempre por fazer. Eis a magia deste dia, onde tudo é permitido, o dia do descanso.
Mas ainda assim, faz-se necessário, inteiramente e internamente, uma ação ou algo a ser feito para não considerar o dia como perdido. Como isso é possível? Retornemos aos momentos vívidos e claros em sua mente. Minha cabeça.
Ali, naquela cama, a história de tantas aventuras entre quatro paredes. Tantas sozinho, poucas com outrem. O que mais importa é a consciência de que isso existiu. Esses momentos existiram e marcaram aquele lugar. Aquele quarto... E também, aquela tarde esverdeada de Domingo.
A rotina era cíclica e realizada por cada hora. Os mesmos processos, os mesmos passos. Tudo ali seguia conforme o planejado: a vontade de fazer algo contra a preguiça de se movimentar, ambos perante a nostalgia do que ainda não foi vivido, mas deveras almejado.
Já sentiram isso? A vontade de ter um romance por um dia, uma aventura de poucas horas... Algo que simplesmente somasse à sua história de vida? Pois bem, eis que nesse dia, essa aventura aconteceu.
Era o chamado para algo a mais e dependia exclusivamente do querer, da possibilidade do novo. Quais as chances? Tudo depende da proposta. E então, qual era a proposta? Bem, sem entrar em minuciosos detalhes factíveis: o amor e a busca do romance.
Misturando tantos momentos, um convite é enviado e uma resposta é dada: 15h, encontro no caminho, tomar um café, conversar e quiçá ver um filme. Mas o filme, como última opção, seria outro... Seria o nosso.
Vejam bem, os detalhes são irrelevantes, mas a troca, o olhar, o sentir... Tudo isso unificou o que se tem hoje.
Minha cabeça, nesse monte de palavras soltas, relembra de todas as minhas histórias já vividas, mas... Resume e concentra em apenas uma: a história do agora.
De todo esse texto meramente essencial, o que mais queria poder deixar aqui é:
Estamos exatamente onde devemos estar e cabe somente a nós apreciarmos cada detalhe.
Neste momento, dito e lido isto, digo que agora os detalhes contam. Para o hoje, o amanha, mas não para o que se foi. Pois já está escrito nas linhas temporais do que somos e refletindo no que seremos.
Que possamos fazer sábias escolhas, ressaltar nossa jornada, entender e compartilhar essa caminhada perante ao amor.
Talvez, mas só um talvez, isso tudo sirva para auxiliar quando esse sentimento me visita.
De outra forma, basta-me escrever...
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